sábado, 28 de novembro de 2009

Biografia de Cândido Portinari

Candido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café em Brodoswki, no Estado de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, de origem humilde, recebeu apenas a instrução primária e desde criança manifestou sua vocação artística.

Aos seis anos de idade, Portinari começa a desenhar e aos nove participou durante vários meses dos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos. Aos dez anos, desenhou o retrato de Carlos Gomes, como via numa caixa de cigarros. Aos quinze anos de idade foi para o Rio de Janeiro em busca de um aprendizado mais sistemático em pintura, matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes.

Em 1928 conquista o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro da Exposição Geral de Belas-Artes, de tradição acadêmica. Vai para Paris, onde permanece durante todo o ano de 1930. Longe de sua pátria, saudoso de sua gente, Portinari decide, ao voltar para o Brasil em 1931, retratar nas suas telas o povo brasileiro, superando aos poucos sua formação acadêmica e fundindo a ciência antiga da pintura a uma personalidade experimentalista a antiacadêmica moderna. Foi em Paris que Portinari conheceu Maria Martinelli, com quem mais tarde se casou.


Em 1935, obtém seu primeiro reconhecimento no exterior, a segunda menção honrosa na exposição internacional do Carnegie Institute de Pittsburgh, Estados Unidos, com uma tela de grandes proporções intitulada CAFÉ, retratando uma cena de colheita típica de sua região de origem.


Dedicou-se cada vez mais à criação de murais - na sua maioria encomendados pelo governo brasileiro. A produção de Portinari foi muitas vezes comparada a dos muralistas mexicanos, não só quanto ao suporte, mas também pela temática - o interesse pela questão social, a narração eloqüente e a monumentalidade. Em suas obras, os retirantes nordestinos, os trabalhadores rurais de membros deformados, os tons de marrom e os de roxo dos campos cultivados, expressam a força da terra. A partir de 1944 passou a abordar também temas de sua infância no interior paulista. Em 1948 sofreu influências abstratas e, na década de 50, pintou a série dos cangaceiros, de cores mais intensas. A viagem que realizou em 1956 a Israel transformou sua pintura. Usou seu traçado firme para concretizar formas mais compactas e agressivas

No final da década de trinta consolida-se a projeção de Portinari nos Estados Unidos. Em 1939 executa três grandes painéis para o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York. Neste mesmo ano o Museu de Arte Moderna de Nova York adquire sua tela O MORRO. Em 1940, participa de uma mostra de arte latino-americana no Riverside Museum de Nova York e expõe individualmente no Instituto de Artes de Detroit e no Museu de Arte Moderna de Nova York, com grande sucesso de público, de crítica e mesmo de venda.


De volta ao Brasil, realiza em 1943, oito painéis conhecidos como SÉRIE BÍBLICA, fortemente influenciado pela visão picassiana de Guernica e sob o impacto da 2ª Guerra Mundial. Em 1944, a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, inicia as obras de decoração do conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, destacando-se o mural SÃO FRANCISCO e a VIA SACRA, na Igreja da Pampulha.


A escalada do nazi-fascismo e os horrores da guerra reforçam o caráter social e trágico de sua obra, levando-o à produção das séries RETIRANTES e MENINOS DE BRODOSWKI, entre 1944 e 1946, e à militância política, filiando-se ao Partido Comunista Brasileiro e candidatando-se a deputado, em 1945, e a senador, 1947.
O final da década de quarenta assinala o início da exploração dos temas históricos através da afirmação do muralismo. Em 1948, Portinari exila-se no Uruguai, por motivos políticos, onde pinta o painel A PRIMEIRA MISSA NO BRASIL, encomendado pelo banco Boavista do Brasil. Em 1949 executa o grande painel TIRADENTES, narrando episódios do julgamento e execução do herói brasileiro que lutou contra o domínio colonial português. Por este trabalho Portinari recebeu, em 1950, a medalha de ouro concedida pelo Juri do Prêmio Internacional da Paz, reunido em Varsóvia.
Na década de 50, Portinari pinta vários painéis com temática histórica e diversas exposições internacionais. Em 1955, recebe a medalha de ouro concedida pelo Internacional Fine-Arts Council de Nova York como o melhor pintor do ano, em 1956 recebe o Prêmio Guggenheim e 1957 a Menção Honrosa no Concurso Internacional de Aquarela do Hallmark Art Award, de Nova York. É o único artista brasileiro a participar da exposição 50 ANOS DE ARTE MODERNA, no Palais des Beaux Arts, em Bruxelas, em 1958.

Portinari sofreu uma hemorragia e adoeceu gravemente. A causa diagnosticada foi aterradora: envenenamento pelo chumbo contido nas tintas e passou um sem pintar. Mas, aos poucos, Portinari retomou a pintura, mesmo a contragosto dos médicos. Participou de sua última exposição individual em vida, no Rio de Janeiro, em julho de 1961, e no mesmo ano fez um retrato de sua neta Denise.
No início do ano seguinte, a prefeitura de Milão, na Itália, chamou o pintor de Brodósqui para uma exposição com 200 telas. Ao trabalhar em demasia com as tintas para este evento, um novo envenenamento lhe acometeu, matando-o na manhã de 6 de fevereiro de 1962. Candido Portinari deu a vida aquilo que mais lhe era caro: a pintura

Fonte: Texto adaptado do site http://www.culturabrasil.pro.br/portinari.htm

2 comentários:

  1. Como posso conseguir algum material sobre este pintor para a minha fecoart?

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  2. Olá, vc encontra material sobre Portinari nos sites abaixo:
    -http://www.portinari.org.br/ppsite/homepage/100_anos/material/obras.htm

    -http://www.portinari.org.br/index.htm

    -http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/candido-portinari/obras-de-candido-portinari.php

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